Com a rima mata

E daqui a pouco
nao mais farei questao pelo sabao em pó
pela escala da limpeza
pela porta entre aberta
nao mais serei olhada pela copa das arvores
pelas ruas e seus bancos vazios
pelos campos verdes
e daqui a pouco
minha boca seca terá um beijo
que vai se afogar na piscina
que trago nos olhos
e daqui a pouco
nao mais que daqui a pouco
eu me vou
de novo

se voce um dia
sentar ao meu lado
peço que nao encoste muito
tenho agonia de gente que toca
e fica só na pele

Nao vou dizer pra você ficar
caso você queira ir embora
Nunca fechei a porta com chave
e meu bem,
tenho que te informar que nao vai ser agora
ficarei triste, eu admito
mas se for da sua vontade ir por aí
eu só terei alegria por sua atitude
porque antes tarde do que nunca
e caso seja da minha necessidade te esperar
o farei vivendo minha vida
porque
é do nosso corpo escorregadio
perder o sabão no banho
e quando é do nosso instinto ser da rua
não é um coração que te ama
que vai te convencer que teu lugar
é ao meu lado
na cama
ou em qualquer outro espaço
que eu dê com você

caso eu esteja dançando
e sem querer te derrubar da mesa
vou te colar com durepoxi
mas parar de dançar
pensando em nao te machucar
nao me desce nem com cerveja

voce é tao sem graça
que eu ate perco o tempo da piada
e me esqueço de rir
mesmo assim ainda gosto de você
tua boca é uma mineradora
que quero cavar

e lá vai meu coração de novo
que nem burro de carga
sai impulsivo na frente
me deixando para trás
como se meu corpo fosse nada
ele ainda nao percebeu
que meu desejo é que nem planta
que quanto mais cresce
mais poda
a foda
que nao rola
e me deixa assim
chupando dedo
quando outra coisa
queria pôr do sol
na boca.